15 maio 2004

SOCORRO QUE ESSA PORRA NÃO TEM FIM!!!


Se você não selecionar as coisas que realmente fazem falta na sua vida, e esquecer todo o resto, está fadado à loucura. Como dizia meu irmão, na loja de móveis para escritório: “é muita cadeira”.

É muita cadeira, e a pessoa tem de escolher. Quais os jornais mais importantes? Dos jornais, quais os cadernos essenciais? Dos cadernos, as notícias. Das notícias, os fatos. Dos fatos, as impressões. Das impressões (dos outros), as suas!

Dediquei um franco pedaço da minha tarde de sábado à internet. Nada de mais. Visitar uns blogues, conferir as novidades nas revistas especializadas, o jornal de São Leopoldo para saber das fofocas e do frio, uma passada no Orkut para, finalmente, tentar entender a que se destina... acabei sabendo de novos autores, bandas independentes, as impressões de um desconhecido carioca que vive em Nova York, programas de rádio, poesia na rede, fulano que está lançando um livro em São Paulo, fulana que fundou uma ong no Rio etc etc etc... fora a gordura emocional que envolve tudo isso, claro!

Ao terminar essa viagem quase involuntária pelo adorável mundo das coisas que não me pertencem, tombei, exausta: um cappuccino, por amor de Deus, que essa porra não tem fim!

A internet causa duas impressões patéticas na gente. Primeira: o mundo todo está acontecendo aqui e agora bem diante dos meus olhos (euforia). Segunda: consigo ter tempo de me inteirar de apenas 0,000000000001% do que está acontecendo, ou seja - sou um(a) bosta alienado(a) (depressão).

Assim é que, parece mentira, o discurso dos mestres orientais se encaixa tão perfeitamente à maluquice frenética da vida “muderna”, que até me deixa pasma: a busca do essencial, tá ligado?

De minha parte, quando percebi que o Tico e o Teco estavam fazendo hora-extra e ameaçavam entrar em greve, a primeira coisa que pensei foi: EU QUERO A MINHA MÃÃÃÃEEEEEE!!!

E liguei, mas ela não estava em casa.

Para você ver como até o essencial, às vezes, nos escapa. Que dirá o resto.

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