13 junho 2004

Ilusões

Quando não se precisa de aperto de mão
- é quando as mãos estão mais próximas.
Quando dispensamos tudo aquilo que se usa dizer antes, dizendo só o mínimo
– é quando dizemos mais.
Quando não fazemos jogo algum
– é quando marcamos os melhores pontos.
Quando nos soltamos sem medo da queda
– é quando voamos mais alto.
Quando nos distraímos dos cálculos
– é quando somamos mais.
Quando nos livramos de nossa própria culpa
- é quando somos desculpados.
Quando temos a intenção de dar um abraço
- é quando ele já foi dado.
Quando questionamos se algo tem graça
- é quando a graça já foi embora.
Quando ponderamos sobre alguma emoção
- é quando ela não é mais emoção.

E, por fim: enquanto pensamos no café da manhã seguinte –
é quando o presente nos é dado, agora, de bandeja.

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