17 agosto 2004

Cuidado com o meio-fio


Como todos já sabem, torci o pé no sábado de manhã, e estou com gesso até o joelho. Só não estou torcendo para não ser nada mais grave porque, como todos sabem, já torci o suficiente... (hoho, o que acharam do trocadilho infame, logo na saída?)

Passei o dia quicando pra lá e pra cá, num pé só. Para detonar de vez com a minha superstição, ainda por cima o pé que ainda presta é o esquerdo, ou seja, não tem jeito.

Agora começou a doer a lombar (L4 e L5, para os entendidos do assunto), ali onde a minha rica hérnia de disco faz a festa, soberana. Por conta de andar torta, pisando como um ponto-e-vírgula desgovernado, ainda se acentuam as dores da minha escoliose, e... vocês imaginam a cena. A véia está que só geme. Mamãe Aninha, sarada e poderosa, que não me visse nesse estado patético. Ia me deserdar na hora.

Mas o pior nem é isso. O pior é explicar, a cada moço que vem entregar alguma coisa aqui em casa (estou mandando ver no delivery), o que foi que se sucedeu.

- Machucou o pezinho, foi? – Observou o rapaz da padaria.
- Pois é... (riso amarelo).
- E como foi?
- Bom, eu vinha andando pela rua, e... quanto deu mesmo? Trouxe troco pra 20?

Estou fazendo de tudo para não dizer que eu caí foi de madura mesmo. Até pode ficar com o troco, se quiser. Que me estabaquei, gratuitamente, foi por não ter enxergado o meio-fio (que está ali há mais ou menos cinco anos).

Mas, a vida é isto. De vez em quando, sem maiores explicações, a gente é atropelada por um meio-fio que estava ali há cinco anos – e só a gente não percebia.

Capiche?

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