10 agosto 2004

Na rua

Em Ipanema, ontem à noite, estacionei e fui conversar com uma tia que vendia churrasquinho na esquina:

- Oi... será que pode estacionar ali?

E ela, casual:

- Você estacionou no meio da rua?
- Não!
- Então pode.

Quem mandou eu fazer uma pergunta idiota?

***

No salão de beleza

O papo era sobre cachorros. A dona do salão se gabava do Brutus, fiel, amigo, enorme – batia no ombro dela, quando “em pé”. Mas dava um trabalho... E ela gastava um salário mínimo por mês, só em ração!

E a manicure:

- Pois o meu, vira-lata mesmo, quase morreu outro dia. Foi envenenado. Já imaginou, que judiaria? Só se salvou porque eu botei um ovo na boca dele.

E eu, péssima de entrar de bunda no assunto alheio por educação:

- É mesmo? Desintoxica?

E ela:

- Não, OVO! Ovo mesmo. (Como se eu estivesse surda). Puta simpatia. Salvou o cão.

Sabia não.

***

No posto

Desci do carro para abastecer (gás), veio o moço puxar papo:

- Cadê o...?(faz gesto de cabelo comprido)

- O cabeludo?

- Esse!

- Tá em casa.

- É seu irmão, né?

- É.

- Reparei. (Olha para os meus pés). ‘Cês não são daqui, né?

- Não. Do sul.

Ele continua olhando para os meus pés.

- Reparei. Lá se usa isso, né?

- Botas??? (Eu, já intrigadíssima)

- É, botas.

- Sim, lá se usa...

- É cada coisa, hehe. Mas eu também, quando era moda, usava “kichute”.

- Completou, né? Quanto deu?

(Antes que aquele papo evoluísse...)

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