23 dezembro 2004

Ho Ho Ho & as batinhas do verão


Muita chuva na cidade. O Barrashopping, na véspera da véspera, abarrotado daqueles que deixam(os) tudo para a última hora. Comprei coisinhas rápidas, que funcionam.

Dei uma olhada nas lojas, que ninguém é de ferro. Batas e mais batas. As mulheres agora só usam batas. As mulheres se acotovelam por batas baratas. Batas de malha, batas tomara-que-caia, batas brancas para o reveillon, batas com nós, flores, frufrus e afins. Batas pontudas, batas transparentes, batas sensuais, batas, batas.

No meu tempo, bata era roupa de grávida.

Nada, nada mesmo contra as batas. Até tenho algumas. Eu tenho uma bata tomara-que-caia, preta, com uma borboleta prateada bordada na frente. Quer mais?

Eu uso.

O problema das batas de hoje foi o seguinte: andei, andei, andei e não achei nenhuma que me inspirasse. Até que, já quase desistindo, avistei lá no canto de uma vitrine a minha batinha do coração - a que me conquistou, vupt!, certeira, implacável. Eu era dela.

Não sei explicar. Era fashion, coloridona, amalucada e tinha um corte ousado. Uma bata moderna e romântica ao mesmo tempo. Vermelha, puxando para o borgonha. Daquele tecido que parece que já vem amassado - e vem mesmo. Um show de bata.

Babando, fui pegar na etiqueta para conferir o tamanho. E conferi. O tamanho do rombo no meu bolso: R$ 260,00!

Na vitrine estava, na vitrine ficou. Bem feito; é para aprender a não quebrar o coração dos outros.

Como diria uma amiga: Eu, hein? Com R$ 260 eu compro um marido!

***

Espeta um broche!


Ah, sim, e agora deram de usar broches de novo. Que é chique. Tá com uma blusinha básica? Espeta um broche, que vira descoladérrima na hora. Cria um look!

E a ala-sem-talento - cá pra nós -, como é que faz? Sim, porque até para espetar um broche numa camisa branca há que se ter um certo talento.

Estive hoje com meia-dúzia de broches na mão. Pareciam lindos, depois pareciam sapos fantasiados para o carnaval, depois pareciam lindos outra vez, depois... saco!, eu não saco de broches. Nem de sapos. E muito menos de carnaval.

Larguei aquilo tudo no balcão e saí correndo, ninguém entendia. Fugi dos broches como diabo da cruz. E uma vozinha na minha cabeça repetia o texto de uma estilista de sapatos (eu disse sapatos!), outro dia na TV: “É só saber brincar! Olha essa sandália, sem o broche, e agora com o broche. Você tem duas sandálias em uma!!!”.

Estão espetando broche em sandália, e fazendo virar duas?

Aaaai, que saudades do tempo em que não se precisava pensar muito... porque a Melissinha já vinha com a pochetezinha, e estava tudo assim resolvido.

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