26 março 2005

Dão sei o que foi que eu fiz bara berecer isso

Santo Deus, como chove neste feriado santo!
E eu peguei aquela gripe. Aquela, sabe? Eu espero, sinceramente, que você dão saiba.
Atchim!


Ponto P

É muito bom aquele programa “Ponto P.”, da MTV. A voz da Penélope é esganiçada, o jeitão dela é escancarado, as tatuagens são exageradas, os decotes são... enfim, tudo combina com tudo ali: tudo é over-sexy-plus-a-mais. Hilário.

Para quem não sabe, trata-se de uma espécie de nova versão (sem trocadilho com Penélope Nova) do Erótica MTV. As pessoas ligam para lá pedindo conselhos e dicas sobre sexo. A Penélope foi escalada, sabe Deus por quê, para ajudar os aflitos. E mais atrapalha que ajuda, claro.

Mas hoje eu fiquei com pena de uma moça. 23 anos, nunca havia beijado na boca. Disse que ainda não encontrou um cara legal para namorar, e não está a fim de beijar qualquer um. Penélope não ouviu nem mais um pio. Desandou a esculachar a menina, dó nem piedade.
“Na boa, você não é desse mundo!”
“Você devia entrar, sei lá, para um convento!”
“Porra, você é BV (Boca Virgem), gíria de adolescente!!!”

Sacanagem, isso. No mau sentido.


Dino, eeeeu???

Nunca me esqueço, faz uns dois anos, eu estava em São Leopoldo – RS, minha terra. Encostei o cotovelo no bar e me pus a trocar uma idéia com um guitarrista, amigo de outros carnavais - tocávamos juntos na noite, rivalizávamos entre as bandas, falávamos mal das canções alheias, enfim, essas coisas de músico. O papo estava bem gostoso, até. Foi quando chegou um rapaz, e nos reconheceu a ambos. Apontou com o dedo, admirado:

- Mas olha só, que super coincidência! Dois dinossauros do rock se encontrando nesse bar hoje! Data histórica, hein? Vamos tirar uma foto?

Sorri amarelo, enrugado, desidratado, opaco, insosso. Murchei. O pior (e o que mais envelhece) é o não-poder-dizer.

Camarada, dinossauro é a senhor sua mãe.

Não sei por que me lembrei disso agora. Maldita memória jurássica, a duelar com minhas cosméticas boas intenções. (Será que o creme não compinsa?)


Visita de mamãe

Minha mãe me encoraja a fazer as coisas. Acho que este é mesmo um papel fundamental da maternidade: ao ver que o filho está à beira de um abismo, ajudá-lo a dar um passo adiante. Hoho.

Mas ela em muito me ajuda, é verdade. Ultimamente, tem me estimulado a gastar. Indireta e suavemente, claro, como toda mãe deve proceder. Jogou metade das minhas coisas fora, praguejou sobre as minhas panelas, botou defeito na vassoura, veio abanando a pá do lixo no ar: “isso aqui não presta, filha, põe fora e compra outra!”.

Realmente, a pá do lixo não se prestava a recolher a poeira mais fina. Faz sentido substituí-la, e eu vinha pensando no assunto. Havia meses. Confesso, quase um ano. Mas era um pensamento que ia e vinha, ia e vinha, ia e... minha mãe veio e acabou com a brincadeira. Mãe serve para a gente parar de pensar na pá do lixo. Põe fora e compra outra, pô. E ela diz isso com um desprendimento que só as mães têm.

Para ser sincera, a única novidade na minha casa que mereceu elogio foi uma cumbuca de louça branca... que eu ganhei de presente. Linda, é vero, mas eu não achava outra utilidade – além de fazer molho para saladas, e não sou craque nisso. Nem um pouco. Está bem, meus molhos empelotam. Ou ficam aguados. Ou os ingredientes não se dão bem entre si, não pegam amizade, sei lá, que inferno, não se entrosam – e me perdoem, mas não tenho paciência para discutir a relação com temperos temperamentais e azeites escorregadios!

Pois bem, minha mãe achou umas dez utilidades para a tal cumbuca. Assim, ó, com o pé nas costas. Ê, raiva!

Mas não tem nada. Ainda cresço e apareço, vou bem botar defeito lá na pá da casa dela, vai ver só.

E ainda meto a mão na cumbuca.

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