22 junho 2005

Do sofrimento feminino


Abaixo, um trecho do e-mail que recebi de uma amiga, relatando a compra de uma roupa. É para nós, mulheres, rirmos do nosso sofrimento... (ou do das outras, como é o caso).
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“Sabe a Úrsula? Daquela loja metida a chique? Que eu sempre evitava comprar lá, porque tinha preguiça da dona?

Pois hoje fiquei sem opção: tive que ir. Mas a mulher é mesmo um portento (que palavra, hein?)! Mas é o que aquela mulher é.

Entrou comigo numa cabine daquelas e começou a me colocar saias e blusas e calças e vestidos... e falava, falava, falava... e me colocava echarpes, e puxava meus seios para cima, e baixava a alça do meu sutiã... e dizia que era consultora de moda, e falava de Deus e que tínhamos que ter fé...!

E começou a me elogiar, que eu era muito bonita, que tinha uma coisa muito bonita (que fica entre o ombro e o seio), enfim, me deixou tonta.

Me ajudou a comprar o sapato numa outra loja.

E tem mais: dizem que a mulher faz caridade, que é maravilhosa, enfim... imagina, eu fiquei lá quase que duas horas comprando e ouvindo falar de Deus. Pode???!!! risos... e o melhor: estou muito satisfeita!

Comprei uma pantalona preta, uma longuete (te mete!) preta e uma regata preta (eu, que não queria saia pela canela nem blusa de alcinha).

A tal regata é bordada com lantejoulas ou canutilhos, sei lá, umas coisinhas brilhantes pretas, e tem um tipo de saiote - que a minha amiga não me ouça - colocado nos ombros. É mais ou menos isso.

Conseguiu imaginar como vou ficar bonita?

Ah! Comprei, também na loja da minha amiga, a bolsa. É pequena, dourada, prateada, preta, enfim... seja o que Deus quiser.

Se é que ele - como diz minha amiga Úrsula - existe.”

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