26 agosto 2005

O bebê


Uma colega nossa vive contando histórias sobre o seu bebê. Mas não pense que é um filho. Nem um cachorro. Nem o marido. Ganha um doce...?

Eu conto: o “Bebê” é um Buggy amarelo ovo, com uma lista vermelha no meio. “Mostarda com ketchup!” – ela avisa.

Um dia ela chegou arrasada:

- Botei o bebê à venda!!!

Quem não sabia ficou apavorado.

Ontem, veio com esta:

- Menina, nem sabe o que o bebê me aprontou ontem. Tava saindo do supermercado, ali pela Av. Gláucio Gil, foi quando me distraí um pouco com um negócio que fui pegar na bolsa... não é que o bebê subiu na calçada??? Que susto!!! Ai, mas xinguei tanto... mas tanto!

É isso mesmo. Ela estava dirigindo, abaixou-se para pegar alguma coisa na bolsa, e tacou o Buggy meio-fio acima. Tomou um susto e ainda saiu xingando o carro.

Risadas gerais.

- Sua doida!! Já pensou se tivesse alguém passando na calçada??? – alguém criticou.

E ela, indignada:

- Tá maluca, é? Pirou? Acha que o bebê ia subir se tivesse alguém?? Eu, hein!?

E ela fala isso séria, ficou ofendida mesmo. Não bate nada bem...

Aliás, não me admira o bebê ter saído à mãe.



Vendedora musical


Vi uma calça jeans na vitrine e entrei na loja. Vazia. No balcão, uma moça muito compenetrada, acredite, arranhava um ré maior num violão meio desafinado.

- Oi – ela me sorriu. – Fica à vontade. Hehe. Tô aprendendo.
- Ok, obrigada...
- Essas calças estão com um preço ótimo... e vestem superbem... PORRA!
- ???
- Hehe, desculpe. É que esse fá me tira do sério! Dói meu dedo! Isso é im-pos-sí-vel de fazer. Simplesmente. Já avisei meu professor. Não dá, pestana não dá.
Não resisti.
- Dá, sim. No início parece impossível mesmo, mas vale a pena praticar. Depois, você vai fazer fácil, fácil.
- Jura?? Você sabe??
Fiz que sim.
- Ai, que tudo.
- ?
- Tudo de bom. Acho tudo! Um dia eu vou tocar direito.
Silêncio. Eu olho as calças. Ela volta ao ré maior.
- Tá meio desafinado, não tá? Você que entende.
- Tá, sim. Quer que eu afine?
- Quero!!!

Afinei o violão pra moça. E acabei não comprando calça nenhuma.

Acho que entendi por que a loja estava vazia...



Melhor frase


A melhor frase que eu li hoje no jornal O Globo foi da Miriam Leitão, em seu “Panorama Econômico”:

“A economia e a política se cruzam novamente elevando a incerteza. De um lado, a economia chega no bom momento da queda dos juros, que vai incentivar o ritmo de atividade. De outro, a crise na política, com seu festival de CPIs e ruídos diários, aproximou-se do ministro que tem sido a mais importante garantia da estabilidade. Insubstituível ninguém é, mas ele é fundamental num governo anêmico como o do presidente Lula.”

(Para quem não lembra: o ministro Palocci, em sua entrevista no último domingo, disse que “ninguém é insubstituível” – ao ser questionado sobre a possibilidade de sua saída do governo).

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