02 janeiro 2006

Eu também vi a merda


Está todo mundo dizendo que 2005 foi uma merda, e que já foi tarde. Pois eu faço parte do humilde time de pessoas que acharam 2005 um ano supimpa (está bem, está bem, eu também vi a merda, e senti o cheiro, e registrei, e publiquei, e até pisei um pouco em cima do pedaço que me cabia!). Apesar dos mortos e feridos, no entanto, respingaram coisas boas em mim e nos que me cercam. Foi bacana demais.

Agradeço em silêncio, debaixo do edredom, e agradeço também enquanto caminho pela praia (o mar tem essa cara de quem tem algo com isso; vai ver ele nem sabe de nada, mas, na dúvida, sou francamente grata).

Volta e meia até acendo uma vela.

Como já disse, é claro que eu também vi a merda. E a fedentina chegou a me embriagar um bocado. Visitei mais médicos do que pretendia. Briguei com quem não merecia. Paguei mais impostos do que minha razão pudesse compreender. Rompi e fiz as pazes com a terapia umas dez vezes. Xinguei meus defeitos, subestimei virtudes, cantei vitórias que não cheguei a ter, fiz planos que sequer tentei realizar, outros que realizei pela metade, e outros que – putz, foi quaaaaase!

Os “quase” se acotovelam no balcão me pedindo para passar na frente dos demais projetos. (Alegam já ter a senha, ou algo assim).

Esse ano tem eleições e copa do mundo, estão dizendo que a merda pode virar - para melhor. Não sei de previsões, mas sigo muito grata e confiante, mesmo sem saber direito qual é a melhor direção para se navegar neste momento.

Assim, por partes: primeiro os remos, depois os rumos e os rimos.

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