02 maio 2006

Crash! – No Limite

Finalmente eu assisti ao vencedor do Oscar de melhor filme. “Crash – No Limite” não tem nada de mais, e é simplesmente bom demais. O melhor que eu vi nos últimos tempos.

Não sei como bateu (sem trocadilho!) em vocês, mas, para mim, o filme não fala de raças, tampouco de violência – duas questões centrais que permeiam o roteiro do início ao fim. Nada disso. Ele não está falando das coisas que grifa; está, sim, usando os grifos para falar de coisas que estão nas entrelinhas.

Crash é sobre as complexidades humanas. E esse assunto - que é tão delicado - é belamente tratado por contraste: com a violência das cenas chocantes, muitíssimo bem dirigidas, interpretadas por atores em momentos raros, com paixão, com comoção, com fúria, com intensidade, com exagero (sim!), com inverossimilhança (sim! É cinema!!), com todos os termos ditos – que, no fim das contas, servem para nos conduzir aos indizíveis.

Para não ser apenas uma desconcertante obra das entrelinhas, Crash também é bom de linhas: traz um roteiro impecável, bem amarrado, que lida com ironia e faz o que poucos têm feito ultimamente – conta histórias. Sem frescuras. Pá-pum. Recomendo.


Fuxiqueira, eeeeeeu?

Levei um baita susto ao entrar no Orkut. Dizia lá: “veja quem visualizou o seu perfil recentemente: fulano, fulano, fulano, fulano e fulano.”

??

Ou seja, o Google criou uma ferramenta que permite a identificação da fuxicagem.

Sim. Qual o nexo?

Tô fora. Não quero nem saber o nome dos fulanos que me visitam, tampouco desejo que os meus fuxicados saibam que eu andei bisbilhotando a vida deles. Eu, hein? Troço mais antiético!

Fuxico é fuxico; tem que ser pelo buraquinho da fechadura, ou deixa de ser fuxico.

Fui lá e desabilitei o (des)serviço. Pelo menos eles dão esta opção: você aperta num botão, e tudo volta a ser como antes.
...

Mentira, vai. Todo mundo quer saber quem anda visitando o seu perfil. Mas não quer ser identificado quando visita o dos outros. (No Orkut dos outros, você sabe...).

Como o serviço só permite que você flagre o visitante se também se colocar na reta, o negócio é escolher: ou mantém a privacidade (mas também não mata a curiosidade), ou sai logo da moita (e fica sabendo quem teve interesse em fuxicar na sua vida).

Óóó, dúvida relevante.

Claro que eu escolhi ficar na moita, como me convém. Sou uma curiosa confessa - mas assim, no genérico. Não me leve para o lado pessoal, que eu negarei até a morte. Hoho.

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