09 fevereiro 2007

Vou dizer e é verdade, está cada vez mais difícil escrever aqui porque me dói a coluna. Minha barriga deu uma franca crescida agora, na reta final. Embora ainda seja tamanho P, já me exige da espinha mais do que o justo (sentiu meu ensaio de mãe dramática? Pobrezinha da Lara).


Ultrasom

Ontem fizemos o último ultrasom, e ela apareceu com a mão na boca. O médico frisou:

- Não está chupando o dedo, não. Está chupando a mão toda!

Realmente, Lara cerrou o punho e enfiou na boquinha o que foi possível. Vez em quando mexia o braço para ver se cabia mais um pouco. Teria puxado a teimosia da mãe?

Fiquei achando que, se não nascer logo, é capaz de comer a mão.

Mas tudo está nos conformes. Ela não apresenta sinais de sofrimento, a quantidade de líquido está ok lá dentro, placenta idem, circulação impecável. Tenho que contar: o médico disse que, se depender da circulação no cérebro dela, será um gênio!

Brincadeirinhas à parte, Deus nos livre de ter uma filha genial. Já pensou a briga eterna para decidir de quem ela puxou o privilégio? Periga dar divórcio, tô fora.


Em 14 dias serei mãe

É bobagem aconselhar mulher grávida a dormir muito: “aproveita agora, porque depois...”.

Sei. Quantas vezes já ouvi isso?, perdi as contas. Quero saber quem é que consegue dormir com a barriga habitada por um ser que desconhece se é dia ou noite, podendo praticar qualquer tipo de exercício quando lhe dá na telha. Pior: indo ao banheiro de uma em uma hora. Pior: arrastando uma contagem regressiva que tem o peso da expectativa da maternidade.

Não é mole. Depois, tem as particularidades de cada uma. Eu, por exemplo. Faz nove meses que estou grávida e ainda me esqueço completamente disso quando vou:

- me virar na cama (aaaai, o que foi que houve no meu abdômen?)
- levantar, de manhã (de repente minhas pernas ficaram fracas... Eeeeu, hein?)
- me olhar no espelho (credo, andei engordando mesmo...)
- bater perna por aí (que cansaço repentino! Preciso fazer um check up.)

Isso para não falar no modo estranho como as pessoas me olham na rua. Penso logo se estou com algum botão aberto, a blusa suja ou um colar que não combina. Só então me dou conta de que os olhares não são para mim: são para a minha superbarriga, essa ladra de atenções.

É mais ou menos como se estivesse carregando um poodle espalhafatoso pela coleira, com a diferença (grave) de que não posso emprestá-lo para outra pessoa dar uma voltinha. Vontade não me falta.

- Com licença. Você, que está aí olhando fixo para a minha barriga, será que se incomodaria de levá-la para passear um pouquinho enquanto eu...

Nem te conto o que eu ia fazer sem o poodle.

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