01 março 2007

Mitos e verdades - cesariana

A cesárea não é exatamente uma festa, mas também não chega a arrancar pedaço. (Só o pedacinho que vem ao mundo, claro). Eu tinha muito medo da tal anestesia com agulha grossa, mas nem senti. O médico era craque.

A primeira noite no hospital foi uma m***, pior do que eu imaginava. Você fica com uma sonda na bexiga e um soro espetado na veia, não tem posição para dormir, é um inferno. Nada chega a doer, mas incomoda bastante. Fui valente.

O segundo dia no hospital é bem melhor, embora seja a hora da verdade: levantar da cama e tomar o banho com a ajuda da enfermeira é doloroso – e, no caso da paciente ser metida a besta como eu, um pouco humilhante. Dá licença, minha bunda lavo eu.

A verdade é que eu não estava preparada psicologicamente, aliás, nunca estou. Caiu a ficha: caramba, fiz uma cirurgia! Meteram a faca mesmo!

No terceiro dia, já muuuuito melhor das dores e podendo tomar meu banho sozinha, comecei a ver o mundo com outros olhos. Afinal, nem foi tão ruim. E passou rápido.

O pior de tudo: a maldita sonda e as dores na barriga no segundo dia (gases! Eles avisam para a gente não falar nada depois da cirurgia, porque se acaba engolindo muito ar e a dor é certa, mas, que diacho!, você acabou de ter uma filha e as pessoas querem saber de tudo!).

O melhor de tudo: claro, a Lara e o pai dela. Afora isso, o tempo – que é o melhor remédio e, nesse caso, age impressionantemente a favor. A cada dia que passa, desde o parto, a recuperação avança quilômetros. Hoje faz 16 dias, já tirei os pontos e raramente lembro que tenho um corte na barriga. É realmente animador.

***

Terceirizando


Essa eu me esqueci de contar antes, mas é ótima. O médico que fazia as ultra-sonografias da Lara era do tipo conversador, simpaticão. Foi com ele que descobrimos que era uma menina. Pois quando eu estava na última semana de gravidez, ele encostou o aparelho na minha barriga e veio com esta:

- E o garotão já tem nome?

Não dei pelota, apenas disse: “Lara”. E ele:

- Rárárá, esse é o teste que eu faço para avaliar o nível de estresse da mãe! Você passou com louvor!

Hum, não diga.

O mais engraçado foi quando, não sei por que motivo, caímos no assunto futebol (isso durante o exame, é mole?). E ele, querendo contar que fez as ultras dos filhos do Romário, disse assim:

- Fui eu que fiz os filhos do Romário!

E nem se deu conta da gafe. Minha porção de gentileza eu gasto silenciando nessas horas, mas minha vontade quase incontrolável era dizer:

- Que ótimo. Mas, lá em casa, fazemos nós mesmos os nossos...

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