27 junho 2002

BUENAS!

Pensaram que eu tinha abandonado vocês, né? Arrá, tou de volta!

Querem um gole de café com açúcar mascavo? Delícia. Hoje não está tão frio aqui no sul; um solzinho de esquentar os miolos na rua. Mas dura pouco - lá pelas 4:30h da tarde, o negócio é puxar as mangas do blusão até o pulso de novo, e enfiar o casaco por cima. Coisa buena!

Por outro lado, estou começando a sentir saudade do Rio de Janeiro, sobretudo do Recreio dos Bandeirantes e suas belezas naturais. Aquela rapaziada jogando "futivôlei" na praia, por exemplo, e o sol fazendo brilhar os bíceps, tríceps, e outros íceps mais.

Certa feita, andava eu, distraída, pelo calçadão da praia, quando fui atropelada por um íceps definido, destes beirando a perfeição - não bastasse íceps, ainda havia cabeça, tronco e membros: tudo incluído no pacote do atropelamento. É fato: de beleza, o Rio de Janeiro redunda. E outras undas mais.

Já contei a vocês daquele fatídico verão em que me dispus a retornar à adolescência, e me meti a pegar onda? Pois foi. Boadyboard, pés de pato, eu, meus vinte e poucos anos, e minha cara-de-pau. Mar adentro.

Foi um fiasco, evidente. Quem olhava de longe, via dentro d'água, não uma, mas três ou quatro moças se afogando - tamanha espuma que eu fazia, no afã de cruzar a arrebentação. Tive que fazer amizade com o salva-vidas daquele posto, e jurar pela alma da minha avó que eu sabia nadar, que estava tudo sob controle, e que não era necessário ele sair correndo atrás de mim cada vez que eu entrasse na água.

Quando consegui me livrar do salva-vidas, foi a vez dos "brothers-marinhos" quererem me resgatar com vida. Sim, os surfistas são todos "brohters", e, assim, sem saber, acabei virando uma também.

Teve um brother, um dia, que resolveu me perguntar se estava tudo bem, se eu queria ajuda. Olhei pro lado, havia vários íceps avantajados sobre uma prancha. Pensei na relação custo-benefício, e, com um meigo sorriso, aceitei a ajuda.

Uma vez em terra, agradeci enfaticamente, ainda bufando, enquanto o salva-vidas me olhava sem entender nada. Perdi a credibilidade naquele dia, mas valeu pelo íceps - também, não se pode ter tudo.

Depois eu fui perceber, acanhada, que os meus brothers, na verdade, preferiam me ver na areia mesmo. Não que se admirassem pelos meus íceps e undas, nada disso: é que eu, dentro d'água, mais atrapalhava que ajudava.

Como eu era uma novata-veterana-um-tanto-sem-prática, seguidamente me enfiava na frente de uma prancha bem maior que a minha, e impedia o sujeito de pegar justamente a melhor onda. Na maioria das vezes, eu tomava um caldo dela, rolava uns metros em direção à praia, bebia uns litros d'água, e depois ainda saía xingando a onda: VAI BRIGAR COM ALGUÉM DO TEU TAMANHO, Ô!!!

Muito me diverti. Até que, um dia, conheci um senhor de certa idade, muito simpático, que me ofereceu uma água-de-coco. Não era lááá uma Brastemp de íceps, mas era bem menos arriscado, e cansava menos.

Foi assim que eu pendurei os meus pés-de-pato, para a alegria geral da praia do Recreio.

Mas, não se iludam: no verão que vem, eu voltarei...

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